quinta-feira, 8 de março de 2012

Técnicas e Métodos de ensino na aprendizagem do Karatê

Dedicado à memória do O-Sensei Takashi Shimo (*18/09/52-07/05/93+)





KARATÊ NI SENTÊ NACHI
O Karatê nunca agride primeiro
Funakoshi Guichin

1. INTRODUÇÃO

      O karatê no Ocidente, e especialmente nas Américas, teve um grande desenvolvimento devido ao entusiasmo dos jovens nesse tipo de luta. ©
  A iniciação do ensino do karatê se deve a emigrantes japoneses que aqui vieram para trabalhar nas mais variadas profissões. Alguns deles, com um vago conhecimento da arte do karatê que haviam treinado em seu País de origem, nas suas demonstrações, feitas com muito entusiasmo, despertaram a curiosidade dos nossos jovens, alcançando um grande sucesso. Isso fez com que o karatê no Ocidente e especialmente nas Américas tivesse bastante sucesso, mesmo sendo desenvolvido de forma empírica e com pouca teoria.  
  Os nossos mestres dependiam de uma autorização do EMBU DOJÔ (Dojô Central) no Japão para ministrar aulas, onde registravam o maior número possível de alunos, pois dessa forma  aumentavam o seu prestígio pessoal com as organizações de karatê japonesas da qual eles faziam parte, tornando-se um “representante do estilo”. Assim, para aumentar o número de adeptos formavam um faixa preta o mais rapidamente possível, mesmo  quando estes não tinham condições técnicas.
  O culto ao faixa preta foi o principal responsável em produzir um vazio mental na maioria dos karatecas do passado, provocando a tendência a fomentar a imitação cega e a aceitação de frases já digeridas. Na realidade, isso desmotivou  completamente a reflexão individual, pois fazer perguntas a um faixa preta era considerado uma impertinência, quase um sacrilégio. 
  O título de “faixa preta” chegava parelha a idéia de que quem o era tinha algum tipo de união mística com o poder universal. Por isso, as afirmações de um faixa preta eram sempre aceitas, mesmo quando estavam completamente equivocadas. Para o bom karateca e para o bem do karatê, é necessário que termine essa atitude de aceitação passiva. 
  Devemos entender que um faixa preta é sempre um sinal de eficiência pessoal no que se refere a dar socos e chutes, porém, isto não tem nenhuma relação com a capacidade dessa pessoa como professor (mestre), isso não é um indicador de seus conhecimentos teóricos. 
  Atualmente, com o aperfeiçoamento dos treinamentos, pode se formar em dois ou três anos um faixa preta. O que podem saber essas pessoas do caratê em geral? E isso também não diz nada dele como pessoa, pois um faixa preta pode ser tão imaturo como um faixa branca. 
  A capacidade de um homem como professor, treinador ou como dirigente esportivo deve ser julgada unicamente a partir de seus méritos pessoais, pois um título que depende de uma habilidade muito especial, não pode substituir o conhecimento e a integridade pessoal. Assim sendo, um homem deve ganhar a sua posição e respeito baseado em seus esforços incansáveis, tanto no Dojô como fora dele.
  O karatê oferece uma grande oportunidade de auto-expressão e se uma pessoa alcança um nível elevado nesta auto-expressão ganhará respeito por esse esforço, supondo que tenha sido sincero, humilde e desinteressado. O karatê necessita dessa classe de homem. Esperamos que os encontre.

        Próximas postagens: 1-Métodos, 2-Oque é a técnica, 3-Motivação, 4- A competição, 5- A importãncia da demonstração, 6-Educativos (Uchikomi), 7-Explicações, 8-Utilização da voz, 9-Observação, 10- Imaginação, 11- Conclusão.  

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