segunda-feira, 26 de dezembro de 2011


O LIVRO DO VENTO ( Pensamentos críticos de Musashi).

Não devem existir golpes fortes ou fracos na esgrima. O golpe dado com a vontade de golpear o mais forte possível é grosseiro, quando a técnica é grosseira , é difícil vencer.

O que faz golpear com eficiência não é a força, diz Musashi, quando se luta pela vida , não se da um golpe com a vontade de golpear mais ou menos forte, se da para matar o adversário.


O ensinamento de muitas técnicas é uma comercialização da esgrima, serve para convencer os principiantes que se conhecem muitas técnicas, é falso, porque é errado pensar que existam muitas técnicas para cortar em dois um homem.

Critica o modo de olhar de algumas escolas.
Algumas escolas ensinam fixar o olhar na espada do adversário, outras nas mãos, no rosto ou nos pés. Mas fixar o olhar em um só lugar, não é bom. Quando se domina o caminho da espada, consegue-se perceber tudo, posição, distância, velocidade. Mas, o mais importante é olhar o espírito do adversário.

Critica aqueles que procuram principalmente a velocidade.
Não é um caminho seguro. O que parece velocidade, muitas vezes é nada mais que pressa e que não está de acordo com o ritmo da luta. Os gestos dos verdadeiros peritos não parecem rápidos. Na dança ou na música o principiante tem sempre a impressão de estar atrasado e o seu espírito fica apressado. Se a velocidade não  está de acordo com a distância é nociva. O gesto do verdadeiro perito parece lento, todavia a distância ( MA) é respeitada, e ele nunca parece apressado. É necessário entender bem este exemplo. Quando se procura golpear com pressa, a espada não corta, ela não é um leque, e nem um canivete.

Critica a diferenciação das técnicas para principiantes e avançados.
Algumas escolas fazem uma distinção entre as técnicas para principiantes e técnicas avançadas (secretas). Mas no caso de um combate verdadeiro, não tem sentido dizer: lutei com uma técnica de principiante ou com uma técnica avançada. No ensinamento da minha escola, faço trabalhar o principiante sobre técnicas e idéias de fácil aprendizagem, e quando o seu espírito se amplia,  ensino as técnicas  e as razões correspondentes. Se aprende o que é necessário conforme o progresso, eu não faço distinção de técnicas para principiantes e técnicas para avançados.Aquele que adentrou em uma floresta fechada chegará do outro lado, no limite da floresta. Não é necessário no caminho das artes marciais, manter técnicas secretas. Quem adquiriu confiança no próprio nível pode mostrar tudo o que sabe. A sua  força está na capacidade de usá-la no modo melhor em função das circunstancias. O que determina a qualidade não é algo que se aprende de imediato.

O LIVRO DO CÉU ( OU DO VÁZIO).

Escrevo aqui a essência do ensinamento da espada. O vazio quer dizer que não existe nada e que o “nada “ pode ser objeto de conhecimento.  O vazio não é igual a nada que exista. Conhecendo o vazio, se conhece tudo o que existe e o que não existe. O verdadeiro vazio não é simplesmente conhecer algo que não existe, isso é um espírito perdido. Pessoas, que praticam a esgrima, sem saber o que é o caminho (DÔ ), falam de vazio quando chegam a um impasse. Não e isto o verdadeiro vazio. O bushi deve aprender o caminho da espada de forma segura e se exercitar também nas outras artes marciais, aprimorando as próprias ações, afastando do próprio espírito os males, não parando nunca nem por um dia do treinamento, deve limpar o próprio espírito, a própria vontade, a perspicácia e a capacidade de observação. Assim, afastando as nuvens de preocupação, o céu fica claro, este é verdadeiro vazio.
Musashi explica como frequentemente se pensa de estar no caminho certo, mas muitas vezes isso não é verdadeiro salvo que não tenha chegado a esta etapa, que a finalidade ultima da espada é de alcançar o verdadeiro vazio e que no final do progresso na espada esta o vazio.  
No estado de vazio, não existe o bem e nem o mal. Quando se alcança a sabedoria, a razão e o espírito da espada, se pode chegar ao espírito do vazio ( KARA).     

 PROXIMA POSTAGEM – pensamentos do Samurai, YAGYU MUNENORI.  

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